14 de abril de 2013


Pertencimento  
             
Todo  jardim,  quer o concebamos como formalização de uma paisagem primeira, ideal; quer o pensemos como reação emotiva, espiritual, valor estético dos elementos naturais  e como tal,  expressão artística e poética do homem perante a natureza , desenha-se como depuração da paisagem. É a sublimação dos elementos naturais, celebração de uma ideia num momento e espaço precisos, como revelação das qualidades estéticas imanentes da paisagem.
É a  natureza idealizada, humanizada e transfigurada em objeto de  contemplação. Esse jardim idealizado a partir do momento da criação,  estende-se até a sensação de paz que ele possa nos proporcionar.
É um espaço onírico onde a passagem do tempo é suspensa, onde se vive uma perfeição em que o prazer vital interessado e o gozo estético desinteressado, se transformam em momentos distintos da fruição da paisagem. É arte na natureza e com a natureza.
Um jardim desperta sentimentos de Pertencimento, por haver uma relação de apego  quase que instantânea ao apreciá-lo. Imanências contínuas e frágeis, descoladas do perfil de cada observador.

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