Pertencimento
Todo jardim,
quer o concebamos como formalização de uma paisagem primeira, ideal;
quer o pensemos como reação emotiva, espiritual, valor estético dos elementos
naturais e como tal, expressão artística e poética do homem
perante a natureza , desenha-se como depuração da paisagem. É a sublimação dos
elementos naturais, celebração de uma ideia num momento e espaço precisos, como
revelação das qualidades estéticas imanentes da paisagem.
É a natureza idealizada, humanizada e
transfigurada em objeto de contemplação.
Esse jardim idealizado a partir do momento da criação, estende-se até a sensação de paz que ele
possa nos proporcionar.
É um espaço
onírico onde a passagem do tempo é suspensa, onde se vive uma perfeição em que
o prazer vital interessado e o gozo estético desinteressado, se transformam em
momentos distintos da fruição da paisagem. É arte na natureza e com a natureza.
Um jardim desperta sentimentos de
Pertencimento, por haver uma relação de apego
quase que instantânea ao apreciá-lo. Imanências contínuas e frágeis, descoladas do perfil
de cada observador.
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